Do site Bem Paraná
O Brasil vive um momento muito rico na sua dramaturgia, com o surgimento de novos autores, todos muito produtivos e com diferentes características e visão de mundo. O panorama, bastante promissor, foi traçado pelo dramaturgo carioca Roberto Alvim, no encontro, em Curitiba, com as diretoras Roxana Silbert e Tessa Walker, ambas da Paines Plough, uma das mais importantes companhias de teatro da Inglaterra.
“Em apenas oito ou nove anos configurou-se em centros como o Rio e São Paulo verdadeiros núcleos de novos autores de teatro, a maioria com características marcantes, que conquista público e crítica”, disse Alvim, na mesa-redonda promovida pelo Núcleo de Dramaturgia Sesi Paraná, na noite de quinta-feira (30), que lotou o Teatro José Maria Santos.
Entre outros nomes este o próprio Roberto Alvim, Pedro Brício, Daniela de Carvalho e Daniel Tendler, do Rio de Janeiro, os paulistas Silvia Gomes e Paulo Santoro, os paranaenses Marco Damasceno, Luiz Felipe Leprevot e Alexandre França, além da mineira Grace Passo.
Formação de novos autores – Embora aberto ao público geral, o encontro direcionou-se particularmente aos novos autores que estão sendo formado pelo Núcleo de Dramaturgia Sesi Paraná. Criado neste ano, o Núcleo trabalha a primeira turma. A principal atividade de formação é a oficina ministrada por Roberto Alvim, que começou em abril e se estenderá até dezembro.
O Núcleo de Dramaturgia faz parte das ações do Sesi Paraná para abrir aos trabalhadores das indústrias e à comunidade o acesso a conhecimento e bens culturais. O Núcleo tem a parceria do Centro Cultural Teatro Guaira e o apoio do Sindicato das Indústrias Audiovisual do Paraná.
O projeto é inspirado no Núcleo de Dramaturgia Sesi São Paulo - British Council, criado em 2007. O Conselho Britânico presta apoio cultural trazendo para Curitiba os autores e diretores que vêm participar das atividades de São Paulo.
Diálogo e leitura — Segundo Alvim, a formação se dá menos pelo conteúdo técnico e muito mais pelo diálogo que se estabelece entre os participantes e pela oportunidade que o novo autor tem para expor sua criação, fazer leitura dramática, receber crítica. “É uma troca”, disse ele.
Na Inglaterra, os autores têm na Paines Plough a garantia da leitura de textos. Segundo Tessa Walker, a companhia lê todos os textos que lhes são enviados, antes de uma seleção. “São quase 500 por ano”, disse ela. “O que procuramos fazer é com que um bom jovem dramaturgo se torne excelente. Buscamos o diretor e o elenco mais adequados possível ao texto”, explicou Roxana.
Com mais de 30 anos de existência, a Plaines Plough foi a companhia inglesa responsável pelo lançamento de alguns dos mais importantes dramaturgos da história, incluindo Sarah Kane, Mark Ravenhill e Dennis Kelly. Segundo suas diretoras, a companhia não procura temas específicos, mas autores que tenham relações mais específicas com o mundo.